Delírios de um Ditador

não sei dizer o que é e o que não é, as coisas tomam seu proprio rumo se a induzi-la estarei embriagado em demasia.

25.2.06

Delírios de um ditador

É muito bom o estado de não estar louco, mas estar. Um fato útil como grau comparativo seria no momento que estamos quase acordadodas, mas ainda dormindo; local onde tudo é possível.
A minha experiência que costumo optar nestes casos é o fato de poder voar, dar cambalhotas no ar, como submerso, mas no ar, pelo trabalho de sentir prazer em estar dando cambalhotas no ar.
Nada mais me agrada que estar embriagado e estar sóbrio simultaneamente, o desespero presenciado; a liberdade transmutada, mas presenciada. Como a música que nunca foi tocada, mas insistimos em criá-la constantemente, sem trégua, sem repetir, sem parar, até... Como estar presente, mas como um fantasma.
Uma apologia dinâmica.

23.2.06

Sem título

Tenho notado que o meio vem produzindo um aborrecimento em face ao padrão, padronização. Acredito que tal manifestação não passa de um mero simulacro. Ora, enquanto digo procurar pela singularidade reforço o ato familiar, o amor, a verdade e este tipo de simulação. Meus caros, um grande problema é justamente ter pais, e imprensa me tratando como ser especial e ao deparar com a vida me situo, apenas, como mais uma formiga, uma abelha na colméia, porém, recordo de ser um indivíduo especial e recaio em desuso, como um burro de carga solto em um pasto.
Não suporto, mais, viver em uma sociedade que continua recaindo, repetitivamente, sobre algo que tomo como medonho, nessas horas re-lembro do sistema espartano, o qual, as crianças eram arrancadas de seus pais aos 7 anos e passavam a viver pelo estado; igualmente mediocre, o estado assume o signo de paternidade... Não postaria uma alternativa que possa me agradar, talvez, por falta de imaginação, porém uma grande alteração nos costumes, no meu ver, recairia bem ao nosso meio, mas quem sabe!?
Certamente, no momento, eu não.

19.2.06

Ray Kinsela, Dionísio e Clark Kent.

O que é um heroi?
Uma besta que abandona toda a preucaução em virtude de fazer algo pelo próximo? Não sei.
Me aparenta que a essência do herói se resume a cometer algo que possa se prejudicar, de alguma forma (risco), em razão de 3º. No entanto, diria que tal conceito, que acabei de passar, mister em estado de erro; ora, caso contrário toda e qualquer paternidade se daria em estado heróico. O que mais prejudicial que abandonar a névoa da carcaça que paira sob estado de tudo, passando a novos territórios em virtude de possibilitar algo a vir como 3º?
Confuso, concordo, no entanto boa parte dos seres parecem fazê-lo sem problemas, porém, será que têm consciência do estado heróico atingido? Não sei. Talvez, não. Caso o fizessem, realmente recairiam a tal atitude?
Diria que tal estado heróico é um removedor de névoa, visto a necessidade de abandonar tal (névoa), honestamente, questo abandono é impossível, apenas os deuses o fazem. Mas, talvez, ao criar uma possibilidade, tal possibilidade os reconheça como deuses, até criarem a própria névoa e se "endeusarem". Certamente, nada é mais difícil que se tornar um herói, entretanto, seria incauto se auto-nominar; herói. É apenas um título que 3º, sem qualificação, o fara.
Assim, estar tornado como herói é apenas um bem fungível, nada para preucupação, ora, se não tiver batatas, que comam mandiocas...

18.2.06

Microsoft e horário de verão...

Quem utiliza algum sistema operacional da microsoft, e deixou o relógio para ajustar o horário de verão automaticamente, provavelmente, ficou meio perdido durante esta semana de fevereiro.
A galerinha detentora de boa parte dos S.O. de todos os PCs do mundo vêm dando um grande tropeço há algum tempo, já venho deparando com a antecipação em relação a mudança de horário há uma carinha e pelo que me consta, o fazem aproximadamente 1 semana antes da alteração oficial.
Espero que tal equivoco venha a ser sanado no futuro, pois podemos alegar prejuízo e se provado, aquele deterá de algum, o problema é se tal prejuízo, nosso, possa ser reparado?
De fato, podemos configurar o relógio para não ajustar automáticamente, no entanto, já vem desta forma como default.

14.2.06

O Eterno Retorno - A vontade de Potência, texto de 1884-1888

Friedrich Nietzsche

§ 1067
E sabeis sequer o que é para mim "o mundo"? Devo mostrá-lo a vós em meu espelho? Este mundo: uma monstruosidade de força, sem início, sem fim, uma firme, brônzea grandeza de força, que não se torna maior, nem menor, que não se consome, mas apenas se transmuta, inalteravelmente grande em seu todo, uma economia sem despesas e perdas, mas também sem acréscimo, ou rendimentos, cercada de "nada" como de seu limite, nada de evanescente, de desperdiçado, nada de infinitamente extenso, mas como força determinada posta em um determinado espaço, e não em um espaço que em alguma parte estivesse "vazio", mas antes como força por toda parte, como jogo de forças e ondas de força ao mesmo tempo um e múltiplo, aqui acumulando-se ao mesmo tempo ali minguando, um mar de forças tempestuando e ondulando em si próprias, eternamente mudando, eternamente recorrentes, com descomunais anos de retorno, com um vazante e enchente de sua configurações, partindo das mais simples às mais múltiplas, do mais quieto, mais rígido, mais frio ao mais ardente, mais selvagem, mais contraditório consigo mesmo, e depois outra vez voltando da plenitude ao simples, do jogo de contradições de volta ao prazer da consonância, afirmando ainda a si próprio, nessa igualdade de suas trilhas e anos, abençoando a si próprio como Aquilo que eternamente tem de retornar, como um vir-a-ser que não conhece nenhuma saciedade, nenhum fastio, nenhum cansaço -: esse meu mundo dionisíaco do eternamente-cria-a-si-próprio, do eternamente-destruir-a-si-próprio, esse mundo secreto da dupla volúpia, esse meu "para além de bem e mal", sem alvo, se na felicidade do círculo não está um alvo, sem vontade, se um anel não tem boa vontade consigo mesmo -, quereis um nome para esse mundo? Uma solução para todos os seus enigmas? Uma luz também para nós, vós, os mais escondidos, os mais fortes, os mais intrépidos, os mais da meia-noite? - Esse mundo é a vontade de potência - e nada além disso! E também vós próprios sois essa vontade de potência - e nada além disso!

Contos de Morfeu II

Morfeu vem e modifica, reidifica, transcodifica, modela tudo conforme lhe convem. Tanto o faz, que meus lapsos de estado são alterados e não mais os reconheço como talvez; o foram. Morfeu confunde, conduz-nos, e, se em credo, nos apresenta a Dionísio.

contradição

O que pode nos dar mais belo gosto que não a experiência de contradição? A propria possibilidade batendo a porta convidando a uma exploração que jamais vira...

Nietzsche - Aurora - Livro II - 130

Fins? Vontade?
(...)

Vamos aprender, então, pois é tempo: em nosso suposto reino especial de fins e de razão governam também os gigantes! E nossas teias são rasgadas tão frequentemente e tão grosseiramente por nós mesmos como por uma telha (que pode vir a cair em nossas cabeça)! E nem tudo o que se chama finalidade é finalidade, tampouco é vontade o que se denomina vontade! E, se quiserem concluir: "Entãoapenas um reino, o dos acasos e da estupidez?" - devemos acrescentar: sim, talvez haja somente um reino, talvez não exista vontade nem finalidade, e nós apenas as imaginamos. As mãos férreas da necessidade, que agitam o copo de dados do acaso, prosseguem jogando por um tempo infinito: têm de surgir lances que semelham inteiramente a adequação aos fins e a racionalidade. Talvez nossos atos de vontade e nossos fins não sejam outra coisa que tais lances - e nós somos apenas muito limitados e vaidosos para apreender nossa extrema limitação: a saber, que nós mesmos agitamos o copo de dados com mãos férreas, que nós mesmos, em nossas ações mais intencionais, nada fizemos senão jogar o jogo da necessidade. Talvez! - Para ultrapassar esse talvez, seria preciso haver estado no mundo inferior e além de toda superfície, e haver jogado dados e apostado com Perséfone em sua própria mesa.

querer

Existe algo no ar, um cheiro, uma brisa; algo diferente.
Talvez, um atrevimento de mudança. Um querer crescente.
Mas, não é mais o mesmo querer, algo novo, algo imprevisível, algo como: quero; por que? ora, me sinto bem!?

Nunca vi nada igual, apenas li apologias em tal sentido. Não sei se ocorre apenas aqui, ou vem ocorrendo ao redor, mas a vontade como: |estar| |sentindo| |a si| parece vir comendo como uma avalanche...

Ser !?

Quem sou? Quem somos? O que é ser?

Acredito que uma diversidade de estados representados em um momento. (diria único, embora contestável - se analisado por sequencias, cada momento é, no mínimo, diferente)

Discorrendo: O momento presente, seja o presente ocorrido, a vir, ou atual. O momento de vivencia pelo observador.
Quanto a estados, conceitos de vivencias (modelo), vivencias sofridas (experiência. obs. vivencia diversa -> analiso como conceito), movimentos involuntários, ou voluntários, êxtase, angustia, perecível, enfim; estados...

Credo

Creio que a única segurança que possuímos como seres vivos é a vontade de estar vivo.

E nada mais...

Souzousareta Geijutsukura

por Ricardo Sabóia, Fortaleza (CE) (texto retirado: http://yurifirmeza.multiply.com/journal)

Como um vírus, Yuri Firmeza infiltrou-se na mídia e expôs as fraquezas de uma imprensa que, com raras exceções, mostrou-se incapaz de fazer uma autocrítica vigorosa.

O sobrenome de Yuri não poderia ser mais apropriado. Sua mais recente obra de arte é uma iniciativa que divide opiniões, mas não pode não ser classificada de firme. Ele criou um artista japonês fictício, batizado de Souzousareta Geijutsuka (?artista inventado? em japonês, segundo ele) e a exposição de arte e tecnologia Geijitsu Kakuu (?Arte e ficção?), programada para ser inaugurada na última terça-feira, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MACCE) do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, pólo referencial das artes no Ceará.

Yuri também criou uma assessora de imprensa igualmente fictícia, batizada de Ana Monteja, que abasteceu a mídia local com press-releases sobre a exposição e o suposto artista japonês. Conseguiu até emplacar uma entrevista na capa do caderno de cultura do jornal de maior circulação no Estado, o Diário do Nordeste, para usuários cadastrados. Tudo com o aval do Dragão do Mar, a ?isca? que a imprensa precisava para ser fisgada pelo artista.

A surpresa veio com a revelação, no dia seguinte à publicação dos textos noticiosos divulgando a exposição fictícia, de que Souzousareta, apresentado como renomado artista contemporâneo internacional, com quatro passagens pelo Brasil e mostras em Tóquio, Nova York, Berlim e São Paulo, nunca existiu ? não fora do projeto artístico de Yuri e das páginas dos jornais, pelo menos.

No MACCE, o projeto de Yuri, correspondente à quarta edição da série Artista Invasor, ganhou a sala supostamente destinada às obras de Souzousareta. , estão expostos e-mails trocados entre o artista e o sociológo Tiago Themudo, com quem Yuri dialogou na concepção do projeto, e um texto de apresentação (em português e inglês) de Souzousareta ao público, escrito pelo diretor-técnico do MACCE, Ricardo Resende.

No debate Chá com Porradas, promovido pelo Centro Dragão do Mar na última quarta-feira, Yuri declarou: ?Os jornais de hoje (quarta-feira) confirmam o descaso, comprovam que não têm seriedade. Seduzi os jornais do mesmo modo que eles seduzem o público. A obra é uma situação.?

A ?situação? criada por Yuri busca refletir as complexas relações entre o status da arte contemporânea e seu posicionamento com outras instâncias, como os espaços de museus, galerias de arte e a cobertura midiática. ?Queria discutir o museu como espaço de conservação simbólica e outras questões que não sejam propriamente estéticas. entrou a questão da mídia, do mercado, das galerias. Uma invasão que não se limitou ao status museológico, mas a todo um sistema em que ele está inserido. E a mídia é o principal sistema?, afirma. Outra preocupação do artista era revelar o descaso da cobertura da imprensa local com os artistas contemporâneos cearenses: ?Falta um acompanhamento sistemático da produção contemporânea, de artistas que expõem em projetos importantes aqui e em outros Estados?, enfatizou.

Questionado pelo Overmundo sobre os métodos empregados no seu processo de criação, duramente criticados pela imprensa, Yuri afirmou: ?No meu caso, a invenção do artista é o próprio trabalho. O suporte era o jornal. Faltou humor da imprensa. Ela não teve iniciativa de se sentir como co-autora da obra. Os jornais se sentiram afrontados, viram que são vulneráveis a esse tipo de invasão. Não existiu uma auto-reflexão da imprensa.?

Ainda no Chá com Porradas, o diretor do MACCE defendeu o artista: ?A ousadia de Yuri talvez seja demais para os nossos padrões. Ele veio com uma proposta ousada, de testar os limites da instituição.? A obra de Yuri não se encerrou com a revelação de que Souzousareta é fictício: ?Até fevereiro, faremos na sala do MACCE um acúmulo das matérias publicadas, o vídeo do debate no Museu?.

Se a estratégia de Yuri não chega a ser propriamente uma novidade ? pensemos no pronunciamento dos ataques de invasão da Terra por marcianos descrita em A Guerra dos Mundos e apropriadas por Orson Welles em discurso radiofônico, ou mais recentemente, no escritor JT Leroy ?, sua iniciativa despertou ataques de quem mais se sentiu ofendida por seu projeto artístico: a imprensa local ? ironicamente, quem viabilizou em última instância sua obra.

Em um primeiro momento, os jornais preferiram desqualificar o artista e o Centro Dragão do Mar. O Diário do Nordeste publicou texto na última quarta-feira cuja manchete classifica o projeto de ?factóide?, sugerindo que o Dragão do Mar comprometeu o ?vínculo de credibilidade estabelecido junto aos veículos de comunicação e a sociedade cearense.?

A reação na edição do mesmo dia do concorrente O Povo foi ainda mais agressiva: além de um texto informativo registrando aos leitores que a exposição era uma?pegadinha contemporânea?, artigo assinado pelo jornalista Felipe Araújo classificava a obra de ?molecagem? ? não deixa de ser curioso que a molecagem, tão celebrada como marca identitária cearense, torna-se algo pejorativo quando põe em xeque o funcionamento da imprensa local. No texto, sobram ataques para a arte contemporânea no Ceará ? ?Com algumas caras exceções, uma arte pobre, recalcada e alienada, feita por moleques que confundem discurso (?) com pichação? ? e corporativismo com os pecados da imprensa na cobertura do circuito artístico local.

Onde houve excesso de verborragia para desqualificar o artista e o Centro Dragão do Mar, faltou autocrítica incisiva para debater a ausência de uma imprensa responsável e especializada e questionar o uso do release por jornalistas, questão que vai muito além da ?boa ? dos profissionais de imprensa.

O diretor Ricardo Resende rebate as acusações de que o Dragão do Mar foi irresponsável em apoiar a iniciativa do artista. ?Em nenhum momento a gente se eximiu da responsabilidade. O Yuri impôs, entre algumas regras, que a gente ficasse fora da divulgação. Quando a imprensa presssionou por informações, achamos que era hora de convocar o Yuri para falar. O Dragão não mentiu para imprensa, omitiu para viabilizar o projeto?, declarou ao Overmundo. E sentencia: ?Houve uma cegueira da imprensa. Os jornalistas estavam interessados porque era um japonês consagrado, artista que trabalha com arte eletrônica. Mas entendo que isso não seja um erro apenas da imprensa local, é da imprensa brasileira em geral.?

A polêmica não arrefeceu. O mesmo jornal O Povo, que em edição de ontem publicou matéria de capa do caderno de cultura Vida&Arte dando voz ao artista e ao MACCE, acompanhada de um sensato artigo da jornalista Regina Ribeiro analisando criticamente o episódio, não hesitou em publicar editorial classificando a obra de Yuri de ?Provocação Infeliz?. O texto reconhece que a imprensa local ?não sai ilesa? do episódio e diz que ?em plena era da Internet (?) não custava nada uma checagem em torno do nome divulgado?, mas não poupa o artista de mais ataques, sugerindo que ele ?extravasou suas frustrações e recalques na mídia?. A afirmação revela justamente o que Yuri procurou mostrar: quem está precisando de um divã, efetivamente, é a imprensa cearense.

Trechos de e-mails enviados por Yuri Firmeza a Tiago Themudo:

?Olha , Tiago, e diz o que acha? A ocupação da sala será da seguinte forma: irei inventar um artista, biografia, currículo, obras? tudo ficção?

?Não sei como será a receptividade do público em relação ao Souzousareta, mas acredito que suscitará saudáveis desconfortos?

A (não) exposição de Souzousareta pode ser conferida no MAC. Yuri é convidado do projeto Arte Invasor até fevereiro.

Na rede: Yuri Firmeza participou do Salão Nacional de Arte de Goiás e do Salão Sobral de Arte Contemporânea, entre outros eventos. Foi selecionado no Projeto Rumos Itaú Cultural 2005/2006. http://yurifirmeza.multiply.com http://www.yurifirmeza.zip.net

Brisas Noturnas

O calor vem e afasta deste corpo terreno, nos leva pra longe onde tudo é suportável. Tal peregrinação mental não é proposital, apenas algo que se faz. Não se faz de proposito, tão como sem querer, mas por um habito desnatural.

O tempo passa, as horas voam, não me agrada a imprecisão das sombras, quando percebo me retêm por completo. Noutro mundo, agora(!), é onde estou.

Não mais me reconheço, onde foram meus braços? Cadê minhas pernas? Neste novo ambiente, nem ao menos sei quem sou. Espere, agora ouço algo, ouço o vento, são as brisas noturnas que cantam ao meu ser e delineam uma nova forma, mas não a forma de um jumento, nem como o cheiro de um prato quente após 16 horas sem comer! Figuram a forma solene do ser e do estar.

As brisas que me norteiam ao entardecer!

contos à saturno

dormir ouvindo jefferson airplane, orgulhar de uma propensa calvice, evitar discussões. que alivio, estou sóbrio perante saturno; não haverá banquete, não tentarei enganá-lo. isto é uma beleza real; a aceitação de estar vivo, quanto aos deuses, uma negação. dêm-me idade.

quando aconteceu a morte da vida?

Começam os flashs. Tudo parece atolado, nãomais movimento, o céu está estatico. O que aconteceu? Movimentos sobressaem, atos de propaganda, o lixo comercial convence meus olhos à necessidades que nunca tive. Um hamburger que me faz vomitar; bebidas corantes que me fazem arrotar de desprazer; roupas apertadas, desconfortáveis; eletronicos inúteis... Este ciclo idiota que criamos, significado de nosso sustento faiscado pela propaganda e rodado no produto.

A morte perdeu sua simbologia, está tão distante quanto o carcereiro do animal que comeste como uma peça de açougue. Nãomais religiões, distanciamos tanto a morte que não mais convivemos com ela. Há apenas peças de alcatra, picanha, lombo, coxas, coração, asinhas, filés...
Apenas nos restam propagandas, o que vendes? O que compras? Enfim, produz algo (além de propaganda)?
Por que viver para manter uma sociedade? Segurança, praticidade, compatibilidade, sociabilidade. Pois é...

Chocolate com areia

Turno da noite, os cães saem ao anoitecer. O reflexo laranja da parede descascada ganha novas tonalidades passando a um azul sóbrio.
Horário reflexivo, os trabalhadores vigoram à bêbados vadios, oportunidades ganham rumo, saem os poetas de seus casulos, os vampiros estão a solta!
Bela escuridão abençoada pelos ventos noturnos, dai-me um pouco de sua moderação. O que preparas como sombrio? Seria o todo a deriva, ou o fúnebre do desconhecido?
Malditas sombras, o que querem? Onde estão? Não, não estão, talvez, são.
Os cachorros latem...

5 segundos, 5 horas, 5 dias, 5 meses, 5 anos, 5 decadas...

Qual a diferença entre 5 segundos e 5 anos? Não mais me recordo. Em apenas 5 segundo décadas se passam sem qualquer ausência, ou presença. Desejos transmutados em realizações. O que? A lebre crusa o gramado orvalhado e não reclui à refletir, mas pouco importa; caso o fizesse talvez esquecesse, mas não estaria presenciando tal fluxo no momento.
Realmente; nada mais sei, se é que soube algo, mas este ato é algo, seja perpetuado por outros 5 segundos, ou não.
Por que falar sobre elefantes malhados, se não posso concebê-los? Porque é divertido, me ajuda a passar o tempo e a me iludir, mas o que não é ilusão?
O Estado? estar? o presente? o passado? a sabedoria? Talvez o Coelho Branco de Jefferson Airplane...

The Kills - Ticket Man

Here´s the ticket, what´s the problem? Too many tickets is the problem man.
Here´s the ticket, what´s the problem? Too many problems is the ticket in my hand.
Why don´t you give it up and get it down. Spend half as much, kills you in half the time. Oh pull in the baby red number, make you hard to hit, hard to stand, hard to sit round. Nothing´s gonna Kiss you like the blister gonna get you from waiting it out. Here´s the ticket, what´s the problem? Too many tickets is the problem man. Here´s the ticket, what´s the problem? Too many problems is the ticket, man. Here´s the ticket, what´s the problem? Too many tickets is the problem, man. Here´s the ticket, what´s the problem? Too many problems is the ticket in my hand.
Why don´t you give it up, and get it down. Spend half as much, kills you and half the town. Oh it´s a little too easy to always be kind. Out the longer it takes, the more you must find, it´s a litle too easy to always be kind but the longer it takes, the more you must find. Here´s the ticket, what´s the problem? Too many tickets is the problem, man. Here´s the ticket, what´s the problem? Too many problems is the ticket, man. Here´s the ticket, what´s the problem? Too many problems is the ticket in my hand.

embriagues e lucidez

O que poderia considerar como embriaguez ao alheio, trata-se por lucidez ao outro.
Desta forma seria induzido a considerar que a minha lucidez não compartilhada trata-se de embriagues ao outro.

Ao afirmar tal frase constato um certo aspecto de estado de loucura.

Porém, em uma terra de loucos a lucidez reina, ora, possuem como senso comum isto que considero como loucura, mas é tudo o que sabem. Posso considerá-los demasiadamente embriagados, mas para tais; eu estou embriagado. Assim, em terras de loucos o delator é o verdadeiro louco, passando a procurar sua terra, um nômade, ou aceitando seu estado, um preso.

Bem-estar do Pateta

Desaventuras
Precisões
Perfeição
Paz
Tranquilidade
Bem-Estar

Não sei quanto a tal busca, tão quanto ao resultado, no entanto, há uma imensidão de tédio e estagnação.

Ora a violência não é necessáriamente uma agressão ao físico, mas um sofrimento, angustia, dor, vazio - pode advir da auto-mutilação em desacordo a um modelo criado pelo próprio ser, difundido em meios comuns de comunicação.

Um autor, um filósofo, um poeta, um mártire; rezam por sofrer violência(s) dela extraem o meio que demonstram uma forma que possibilita o contato com o outro, e isto lhesprazer. Quanto maior tal auto-flagelação, mais dizem: em contato com si. Tornado em vício, a única forma que podem abraçar é a loucura, ou o suicídio.

Belo o meio que nos reservamos; eternos patetas de espetáculos particular.

Necessidades e Ilusões

Nãomais como fantasiar o distanciamento das ilusões, talvez em outros tempos fosse possível, no entanto a comodidade que a conglomeração humana causou torna a necessidade por se iludir algo imprescindível a subsistência da espécie. Pedir pelo afastamento na tentativa de retomada pelas origens é tornada uma das principais ilusões que o indivíduo pode criar.

Esta constante busca pelo desvencilhamento ilusório vem mascarando/desmascarando (repetitivamente) uma autêntica busca pela verdade, assim, recaio sob o mesmo grau repetitivo que vem nos assombrando. Ora, a busca pela verdade, a princípio, se mostra como algo puro, mas ao passarum caráter de acomodação, tranqüilizar, explicar; progredindo ao status das grandes mentiras, como a criação de deuses; depois, unificado; que transcendeu em amor, entre coisas do gênero.

Concluiria que a premissa da busca pela verdade é a busca pela ilusão. Então um grande vazio me atola, um estado de pedra, petrificado. Não posso agir, apenas observar, mas por desprazer, não consigo não interagir com o meio, nem em estado de pedra posso permanecer, pois impulsos me pressionam a outro lado.

Nãodor, não há sofrimento, nãopaz, tão quanto tranqüilidade, apenas um estado de necessidade por ilusões buscando uma eventual integração social.

Porém após dar tantas voltas seria incauto retornar a um estado que não mais agrada.

Desta forma recaio em agonia por uma necessidade recíproca externa <-> interna de minha re-integração social. Gostaria que as coisas fluíssem normalmente, que pudesse boiar pela maré, no entantointeração o que me impossibilita boiar (ou nado, ou afundo).

Ter por ter

Crítico me questiono:
Por que manter isto se nem ao menos exibo sua existência?
Tal questão amenizei, algo assim, sem função aparente possui, ao menos, um caráter de exploração.
Decidi pela manutenção regular deste sob o vínculo de aventurar em territórios desconhecidos.
Prossiguirei

A Ema

Associando o ser humano à um animal o faço em relação a Ema.

Ao menos ao arquétipo da Ema, que é uma ave que esconde a cabeça em um buraco deixando o resto do corpo para fora.

Ora em quanto o corpo o mantém sóbrio, subordinando-o como qualquer outro ente neste planeta; levando impulsos, necessidades e condições, a cabeça se aliena em um buraco, criando a ilusão necessária à fugas do perigo da vida e/ou que é a vida.

Parece que o maior perigo do ser é estar, digo: estar presente, pois causa dor fulminando em buscar constantemente o tempo perdido, ou o devir.

Tempo perdido como fulga e embasamento em fluxos passados à uma retomada no rumo, como se houvesse algum! Salientado como um prazer em fugir do cansaço presente à um devir mais suportável.

Devir como fulga à uma espécie de aperfeiçoamento otimizado, soluções ao grande problema, a vida.

Parece que o grande buraco, o qual metemos a cabeça, torna a grande solução de todos:
Oh doce ilusão me perfaça nesta nova hora PARA QUE eu possa esquematizar um novo sistema possibilitando uma nova fulga ante esta praga: estar vivo!!!

Certeza?!

Nada mais me agrada que comentar a certeza.
A entidade que o homem mais adora: Ó certeza dê-me segurança PARA eu poder... A vida depende da certeza:
por isso pretendo crescer, arranjar um emprego, uma namorada, casar, ter 2 filhos (um casal), uma casa, estabilidade financeira, uma bela casa com piscinas e um carro extra para o rodízio, que ao ser um idoso, meus filhos e netos prezem por mim.
Espero ter listado tudo, porque eu me questiono:
Qual a diferença entre a certeza e a loucura???
A certeza seria algo diferente que a transmutação da lucídez agindo da mesma forma que um entorpecente age? A loucura, tão valorizada atualmente, não passa de um esquecimento das incertezas que pairam pela vivência lúcida, afinal: o que beber no fim do dia, 3 garrafas de cerveja, ou tres copos d'agua?

A distração começa ao acordar: Ó o que farei hj? As perguntas e as indagações muito influem nisto, pois o fluir do pensamento paira, e não é necessário estar, ou fazer para ouví-lo como ao vento.
De certo nem a morte, orá como saberei se estarei morto se tudo é o presente, por mais, q às vezes, perseguindo o passado, e no presente não mais o presenciarei?

Ó divinos, a única certeza q poderás alcançar é a própria loucura. É a melhor fuga que alcançarás!! Conclua o q for, se concluir; melhor sorte na próxima vida.

contos de Morfeu I

Morfeu me contou: Estranho como nunca ou por curto "espaço" ficamos sozinhos em sua terra. Há sempre um acontecimento, uma pessoa surgindo do nada, um pássaro botando cadeiras, um índio conversando com Einstein, enfim; uma infinidade de acontecimentos que se desdobram.

Neste conto tive uma revelação, um tanto quanto óbvia; no meu induzimento diário exercido por "pensamento" que acusam como meu induzimento, na verdade são os personagens diários trazidos por Morfeu. Assim como visito seu mundo que, em palavras, seria o mundo do "Eu", os personagens vêm ao meu mundo revelando-se continuamente, nunca me liberando; ocorrendo sempre um acontecimento que me induz a ações ou não ação.

Temos até nomes para estes personagens, mas diziam como falsos personagens, acredito por não serem o que "Ego" gostaria de ser (que implica em dever ser para poder ser). Enquanto todo o personagem é verdadeiro por ser parte de "Eu". Desta forma, os personagens que vestem uma imagem no mundo de Morfeu, no mundo de Guerreiro (que reconheço como Zeto) vêm, não sob uma imagem criativa e expressiva, mas sob a imagem das palavras.
(com seus perigosos caminhos lógicos; Ou, E; Se, Então; Positivo, Negativo; Maior, Menor ou Igual: além de contínuas atribuições que não expressam o que a palavra significa (ver interiorizando performances subjetivas).

Ser e não ser

Seja ou não seja, crie ou deseje, mate ou morra, faça ou permaneça, destrua ou realize; na verdade pouco importa, pois no fim vai descobrir que não há fim, apenas meios de permanecer. Se não encontrar um sentido no caos que é o meio; crie um.
Caso não seja criativo; lembre-se: permanecer é um.

Escrevo.
Não escrevo à cem, nem à mil...
Escrevo à um.

Escrevo ao Eu.
E se este Eu sejas tu...
Continuarei escrevendo ao Eu.

Se este Eu equipare a noite da nova de agosto.
Ainda, assim...
Estarei escrevendo à mim.

E a isto; escrevo.

Campbell: Transformações

Jesus: (...) "No deserto, Jesus sofreu três tentações".
Tentação Econômica
(1) Primeiro, a tentação econômica, quando o Diabo chega a ele e diz: ?Tu pareces faminto, meu jovem! Por que não transformar estas pedras em pão??, e Jesus responde: Não de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Tentação Política
(2) Em seguida a tentação política. Jesus é levado ao topo da montanha, de onde avista as nações do mundo, e o Diabo lhe diz: ?Tudo isto lhe darei, se, prostado, me adorares?, que vem a ser uma lição, ainda não suficientemente conhecida, hoje, sobre quanto custa ser um político bem-sucedido. Jesus recusa.

Enfatuação Espiritual
(3) Finalmente o Diabo diz: ?Pois bem, que tu és tão espiritual, vamos ao topo do tempo de Herodos e atira-te para baixo. Deus te acudirá e tu não ficarás sequer machucado. Isto é conhecido como enfatuação espiritual. Eu sou tão espiritual que estou acima das preocupações da carne e acima deste mundo. Mas Jesus é encarnado, não é? Então ele diz ?Tu não tentarás o Senhor, teu Deus? (...)."

Pg. 149.

Buda: (...) "chega à arvore bo, a arvore da iluminação, onde, igualmente, enfrenta três tentações. A primeira é a tentação da luxúria, a segunda, a do medo e a terceira da submissão à opinião alheia, fazer o que lhe é ordenado?.

Luxúria
(1) Na primeira tentação, o Senhor da Luxúria exibe suas três belas filhas diante do Buda. Seus nomes: Desejo, Satisfação e Arrependimento ? futuro, presente e passado. Mas o Buda, que se havia libertado do apego a toda sensualidade, não se comoveu.

Morte
(2) Então o Senhor da Luxúria se transformou no Senhor da Morte, lançou contra Buda todas as armas de um recinto de monstros. Mas Buda tinha encontrado em si mesmo aquele ponto imóvel, interior, que pertence à eternidade, intocado pelo tempo. Uma vez mais, não se comoveu e as armas atiradas transformaram-se em flores de reverência.

Deveres
(3) Finalmente, o Senhor da Luxúria e da Morte se transformou no Senhor dos Deuses Sociais, e argüiu: ?Meu jovem, você não leu os jornais de manhã? Não sabe o quepara ser feito hoje?? A resposta do Buda foi simplesmente tocar o chão com as pontas dos dedos da sua mão direita. Então a voz da deusa-mãe do universo se fez ouvir, como um trovão rolando no horizonte, dizendo: ?Este aqui, meu filho bem-amado, se doou de tal forma ao mundo que nãomais ninguém aqui a quem dar ordens. Desista dessa insensatez?. Enquanto o elefante, no qual o Sr. Dos Deuses Sociais estava assentado, curva-se em referência ao Buda, toda a corte do Antagonista se dissolveu, como um sonho. Naquela noite, o Buda atingiu a iluminação e permaneceu no mundo. (...)"

Pg. 149 ? análise sobre quadro de Adão e Eva de Ticiano.

(...) "À direita está Eva, que o Tentador sob a forma de uma criança, oferecendo-lhe a maçã, e ela é movida pelo desejo. Adão, porém, do lado oposto, os pés de serpente do tentador ambicioso, e é movido pelo medo. Desejo e medo: eis as duas emoções pelas quais é governada toda a vida na terra. O desejo é a isca, a morte é o arpão".
"Adão e Eva se deixam tocar; o Buda, não. Adão e Eva deram origem à vida e foram estigmatizados por Deus: o Buda ensinou a liberta-se do medo da vida".