Delírios de um Ditador

não sei dizer o que é e o que não é, as coisas tomam seu proprio rumo se a induzi-la estarei embriagado em demasia.

23.9.06

Espantalho medonho

Espantalho medonho me acompanhe,
Espantalho medonho me abandone,
quais são seus passeios matinais?
quais tuas matanças noturnas?
onde te escondes?
onde te distrais?
Estas numa montanha nos observando?
Estas em um deserto te desorientando?
Espantalho medonho te desejam na rua 777.
Espantalho medonho te temem na rua 777.
Espantalho medonho quem sois?
Espantalho medonho o que sois?

O garoto invisivel

Era uma vez um garoto invisivel. A todo lugar que ia, se modificava. Toda conversa que participava, se escravisava, como à um vicio. Não aparecia, não se via; à ele, nada servia. Se uma folha em branco pegava, nela se transformava. Ó garoto medonho, diziam? Não, ele não sabia, para ele nada ia, nada fazia. O garoto invisivel crescia e mais invisivel permanecia, quanto mais crescia; menos queria.
O garoto não era invisivel, seus pais diziam, mas ele disto não sabia. O nada é o que mais queria. O garoto invisivel assustava, nada queria, nada tinha, me assustava. Enquanto crescia, diminuia e diminuia, até que um dia não mais o via. O garoto invisivel um dia sumiu, mas logo reapareceu, pois lhe construi uma casa sob o eterno por-se-do-sol conforme ele sempre descrevia ao me despertar. O garoto invisivel reside aqui, quem sabe possa também residir por aí?